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Ambiente: O caminho para a neutralidade carbónica - Pisca News

Ambiente: O caminho para a neutralidade carbónica

O objetivo da União Europeia é a neutralidade das emissões de CO2, mas será que o setor automóvel está preparado para essa nova realidade?

22-04-2024

Mais uma vez o Parlamento Europeu reuniu-se para dar luz verde a novas regras de redução de emissões de automóveis de passageiros, viaturas comerciais, autocarros, camiões e reboques. Os objetivos são ambiciosos, e isso implica políticas mais rigorosas: o fim das vendas de veículos de passageiros com motor de combustão interna (ICE) em 2035 e a neutralidade carbónica até 2050.

No passado dia 13 de março de 2024, o Parlamento Europeu aprovou, com 297 votos a favor e 190 contra, o acordo alcançado com o Conselho sobre o Regulamento Euro 7,  isto é, homologação e fiscalização do mercado para os veículos a motor.

As normas da União Europeia (UE) deverão incluir limites de emissões de partículas dos travões para automóveis de passageiros e veículos comerciais ligeiros, além dos requisitos mínimos de desempenho para a durabilidade das baterias em automóveis elétricos e híbridos.

Outra medida relevante e de interesse a todos os condutores, será o passaporte ambiental de cada veículo. Este deverá incluir as informações sobre o desempenho do veículo, tais como, o nível dos limites de emissão de poluentes, emissões de CO2, o consumo de combustível e energia elétrica, a autonomia elétrica, a potência do motor e a durabilidade das baterias.

Os utilizadores terão também acesso a informações atualizadas sobre o consumo de combustível, a saúde das baterias, emissões poluentes e outras informações pertinentes geradas pelos sistemas e monitores de bordo.

Durante a sessão, o relator Alexandr Vondra (Conservadores e Reformistas Europeus, Chéquia) afirmou:

Conseguimos encontrar um equilíbrio entre os objetivos ambientais e os interesses vitais dos fabricantes. Queremos garantir a acessibilidade dos preços dos automóveis novos de menor dimensão com motores de combustão interna para os clientes domésticos e, ao mesmo tempo, permitir que a indústria automóvel se prepare para a transformação esperada do setor. A UE também aborda agora as emissões dos travões e dos pneus e assegura uma maior durabilidade das baterias.

Metas mais rigorosas de emissões de CO2 em camiões e autocarros

Ainda este mês o Parlamento Europeu aprovou novas medidas, para reforçar os objetivos de redução de emissões dos veículos pesados. Segundo a Comissão, os veículos pesados são responsáveis por mais 25% das emissões de gases com efeito de estufa provenientes do transporte rodoviário na EU e representam mais de 6% do total destas emissões.

Foi no dia 10 de abril de 2024 que o regulamento, relativo às emissões dos novos camiões, autocarros e reboques, foi aprovado pelos eurodeputados, com 341 votos a favor e 268 contra.

Assim ficou definido que as emissões de CO2 dos camiões de grande porte, autocarros e veículos pesados de serviço, terão de ser reduzidas em 45% entre 2030 e 2034, em 65% entre 2035 e 2039 e 90% a partir de 2040. Até 2030, os novos autocarros urbanos deverão reduzir as suas emissões em 90% e, até 2035, tornar-se veículos de emissões nulas.

Também a 10 de abril de 2024, 13 CEOs dos principais fabricantes e fornecedores europeus de veículos automóveis reuniram-se com o Comissário Europeu para a Ação Climática para debater a transição ecológica do setor.

Durante essa reunião, tanto os fabricantes europeus de camiões e autocarros como os fornecedores do setor automóvel sublinharam a necessidade urgente de colocar nas estradas camiões e autocarros adequados para que, até 2040, a indústria dos transportes rodoviários passe a adotar soluções sem recurso a combustíveis fósseis.

Reconhecendo que o motor a combustão interna continuará a desempenhar um papel a longo prazo nos transportes pesados, serão necessárias soluções com impacto neutro no clima e outras tecnologias complementares para cumprir os objetivos climáticos.

Mas o cumprimento dos objetivos de redução das emissões de CO2 continuam a ser altamente ambiciosos. A quase ausência de condições essenciais, como uma rede densa de estações de carregamento e reabastecimento adequadas para camiões e um quadro de apoio à fixação dos preços do carbono que assegure a paridade de custos para os veículos com emissões zero, não ajuda na transação ecológica do setor.

Os objetivos europeus e o setor automóvel

A indústria automóvel, um dos setores mais importantes da economia da EU, está a passar pela maior transformação do último século. Os fabricantes e fornecedores do setor pretendem manter a produção na Europa, mantendo o emprego e o investimento na região. Mas enfrentam uma concorrência global por recursos críticos, financiamento, investimento e clientes.

O aumento de custos de negócios, o panorama geopolítico e um mercado de veículos elétricos que ainda está longe de ser maduro, dificulta o posicionamento europeu no mercado. Estes desafios têm danificado a competitividade e enfraquecido o argumento comercial para a transição ecológica e digital da indústria automóvel.

Luca de Meo, CEO do Grupo Renault e Presidente da Associação dos Fabricantes Europeus de Automóveis (ACEA) afirma que “os fabricantes de automóveis da EU estão fortemente empenhados na descarbonização, investindo mais de 250 mil milhões de euros na eletrificação”.  No entanto também reconhece que “a Europa precisa de criar as condições para a competitividade e a procura de veículos elétricos no mercado. Estas incluem infraestruturas de carregamento e de recarga de hidrogénio, um abastecimento suficiente de matérias primas essenciais, um melhor acesso ao financiamento e incentivos de mercado. Por outras palavras, uma estratégia industrial holística será a chave para alcançar as ambições ecológicas da Europa”.

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Fonte: ACEA; Parlamento Europeu

Equipa Pisca News

 

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